terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes — Carta, Prolóquio & Introdução (Parte I)



Nota do blogue:  Acompanhe esse Especial AQUI.

Luz nas trevas: respostas irrefutáveis às objeções protestantes
por Pe. Júlio Maria

Livro de 1955 - 224 pag.
Editora VOZES
Petrópolis


Pe. Júlio Maria Lombaerde



CARTA

do Exmo. Sr. D. Cartolo Távora ao autor


Meu caro Padre Júlio Maria. Em resposta à carta de S. Revma., pedindo-me o Imprimatur de seu novo livro: "Respostas irrefutáveis às objeções protestantes", mando-lhe, com a licença pedida, meus sinceros para­béns pela feliz idéia de reunir em volume uma série de polêmicas já publicadas em O Lutador. Estas res­postas têm sido muito apreciadas pelos católicos e pe­los protestantes, e conheço de perto o bem que elas têm feito, e as conversões que tem operado. Estas res­postas são, de fato, irrefutáveis, porque são todas ti­radas da sagrada escritura; e negá-las seria negar a pró­pria Bíblia. O fundo de sua argumentação é doutrinal, substancial, como a forma é alerta, e de uma sinceridade comunicativa. Tenho a certeza que as suas polêmicas continuarão a fazer o bem às almas: aos católicos, dan­do-lhes armas sólidas para combaterem a impiedade e o erro; aos protestantes, mostrando-lhes o sentido exato da Bíblia, os erros da interpretação individual e a segurança da interpretação eclesiástica. Peço ao bom Deus abençoar o seu zelo de apóstolo do bem e da verdade.

Sou com toda estima de V. Revma. humilde servo,
† Carloto, bispo de Caratinga.




PROLÓQUIO

da terceira edição


As duas primeiras edições deste livro esgotaram-se rapidamente, apesar do número avultado dos exemplares de cada edição.

É sinal de que o livro responde a uma exigência da época e da disposição dos espíritos.

Os protestantes, de todos os lados, fazem uma propa­ganda frenética de seus erros, procurando arrastar pu­ra o mal e a perdição os católicos fiéis; é, pois, neces­sário opor-lhes uma refutação clara, simples, doutrinal e popular de suas objeções, mil vezes pulverizadas, mas sempre novas para eles, porque são o fruto da igno­rância e do fanatismo.

Não quis fazer mudanças nesta terceira edição, para não aumentar o volume, e evitar repetição de doutrinas já expostas em outros volumes.

Peço a Deus servir-se deste livro para orientar os católicos, firmá-los em sua fé, e dar-lhes uma resposta positiva e clara, para responder aos que ataquem a sua religião, a única verdadeira.

O presente livro tem sido um instrumento eficaz para a conversão de muitos, já caídos nas garras do erro protestante, e a confirmação de muitos vacilantes em suas convicções religiosas.

Possa ele continuar este mesmo apostolado.

Pe. Júlio Maria.



INTRODUÇÃO NECESSÁRIA

Durante as festas marianas de 1928, os protestantes distribuíram um desafio, exigindo (note-se bem: não pedindo), um texto da bíblia que provasse diversas ver­dades professadas pelos católicos e negadas por eles.

Respondi de chofre; porém, dispondo apenas das co­lunas de um pequeno semanário, foi-me impossível publicar todas as respostas; e as que foram publicadas, em consequência do pouco espaço, foram de tal modo cortadas que, muitas vezes, perderam a força de uma argumentação cerrada e irrefutável.

Eia a razão por que resolvi enfeixar em volume as tais respostas, que não receio intitular de irrefutáveis, pa­ra quem procura sinceramente a luz e a verdade.

Há outra, razão ainda. Uma das tais respostas foi combatida pelos pastores protestantes, como é natural.

Todas as objeções ou protestos aduzidos em nada abalaram as verdades expostas, porque são irrefutáveis, apoiadas sobre a Bíblia, a Ciência e o Bom-senso; porém tais objeções permitiram-me completar a argumentação e, deste modo, dar novas respostas às dificulda­des que os protestantes costumam levantar.

Assim completadas, as respostas constituem uma exposição clara e doutrinal das grandes verdades e dos principais dogmas do catolicismo, e uma refutação com­pleta dos erros protestantes.

É uma polemica documentada, uma argumentação segura, mostrando e comparando o erro e a verdade — para que do contraste saia a luz, que permite distin­guir aqueles que, ponentes tenebras lucem, et lucem tenebras (Is 5, 20), “fazem da escuridão luz, e da luz escuridão”, como fazem os pobres protestantes, unicamente com o intuito de contradizer a Igreja Católica.

Possam estas respostas fazer conhecer e amar a re­ligião verdadeira, a única religião divina, que é a de Jesus Cristo, perpetuada e representada no mundo pela Igreja Católica, apostólica, romana.

Possam estas respostas trazer ainda um pouco de luz aos pobres protestantes, nossos irmãos separados da ver­dade, enganados e seduzidos por mercenários e explora­dores que se chamam pastores, mas que, na palavra de Cristo, são lobos devoradores vestidos como ovelhas (Mt 7, 15).

Possam eles, à luz da verdade, distinguir as calúnias e o fanatismo, com que tais pastores procuram inspi­rar-lhes ódio à Igreja verdadeira, afastando-os, deste modo, do caminho único da salvação.

São bem eles que tinha em vista o divino Mestre quando disse: Ai de vós, fariseus hipócritas, que fe­chais o céu aos homens, porque nem vós entrais, nem deixais entrar os outros que querem entrar (Mt 13, 13).

Pode haver, sem dúvida, protestantes sinceros, convencidos, pela ignorância em que vivem, dos princípios da religião, como pelas calúnias e acusações através das quais apreciam a Igreja Católica.

São ignorantes; e a ignorância é a mãe de todos os erros. Mas, se é perdoável a ignorância num homem do povo, sem instrução, ela é inescusável em homens que pretendem ser os guias dos seus irmãos, os pas­tores do rebanho; neles a ignorância é um crime, uma perfídia.

Se, pelo menos, estudassem e examinassem a histó­ria, os fatos e as escrituras, para neles enxergarem o que brilha com tamanho fulgor: a verdade única anun­ciada e figurada no antigo testamento, exposta e pro­vada pelos evangelhos e pelas epístolas... Mas não; limitam-se em resumir toda a sua crença em duas dú­zias de objeções ridículas e mil vezes pulverizadas, con­tra a Igreja Católica, copiando dos outros uma lenga-lenga bolorenta de calúnias, e não se dando ao traba­lho de examinar o valor, o fundado, a falsidade ou ri­dículo destas mentiras.

Atacar a crença dos outros não é provar a autenticidade da sua própria crença.

Por que os tais pastores, em vez de formularem objeções, não provam a legitimidade do protestantismo?

Em vez de atacarem a doutrina católica, que é a do Evangelho, por que eles não demonstram e provam que o protestantismo é a religião verdadeira, — que Lutero fora enviado por Deus para reformar a religião — que a bíblia é o Deus do mundo, que cada um pode interpretar como entender — que tais pastores são ministros legítimos do Cristo — que as mil seitas protestantes são todas religiões verdadeiras, etc.?

Eis os fatos que eles deviam estabelecer, sobre a bíblia.

Nas seguintes teses, não somente responderei às objeções atiradas aos católicos, mas estabelecerei a verdadeiras, para que, pelo confronto, brilhe a plena luz inteira, a luz verdadeira, que deve iluminar todo homem que vem e vive neste mundo (Jo 1, 9).

Tenham os protestantes sinceros a coragem de ler estas respostas e eles serão obrigados a tirar uma conclusão que eu deixo ao alvitre deles, porque será ditada pela sua consciência.

Quanto aos católicos, eles encontrarão nestas discussões a exposição sucinta e clara da sua fé, ao mesmo tempo uma arma para refutar as calúnias que lhes são atiradas e responder às objeções que costumam formular os inimigos da nossa santa religião.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...