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Uma explosão de violência sem sentido que coincide o paroxismo da anarquia e do caos.
Domenico Fisichella definiu o totalitarismo,
enquanto sistema global, como “um regime de institucionalização da desordem
revolucionária e da guerra civil”. Já se vislumbra a passagem da guerra civil
“moderna”, ideologicamente motivada, para a guerra civil “pós-moderna”: uma explosão
de violência sem sentido que coincide o paroxismo da anarquia e do caos.
Segundo Enzensberger, para além de todas as
diferenças, existe um denominador comum [para ‘a guerra civil molecular’]: o
culto da destruição pela destruição, devido à absoluta falta de princípios.
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O que aproxima entre si, não só o
comunismo e o nacional-socialismo, mas também a democracia totalitária do nosso
tempo, é exatamente o caráter de guerra civil institucionalizada, segundo a
lúcida análise de Domenico Fisichella,
que definiu o totalitarismo, enquanto sistema global, como “um regime de
institucionalização da desordem revolucionária e da guerra civil”. Já se
vislumbra a passagem da guerra civil “moderna”, ideologicamente motivada, para
a guerra civil “pós-moderna”: uma
explosão de violência sem sentido que coincide o paroxismo da anarquia e do
caos.
A queda do muro de Berlim e o fim do sistema bipolar podem ser vistos como a
certidão de nascimento deste novo gênero de conflito, definido como “guerra
molecular” pelo sociólogo alemão Hans Magnus Enzensberger. As metástases da “guerra civil
molecular”, escreve Enzensberger, “são parte integrante da vida quotidiana das
grandes cidades, isto não só em Lima ou Janesburgo, Bombaim e Rio de Janeiro,
mas também Paris e Berlim, Detroit e Birmingham, Milão e Hamburgo”. Os
protagonistas não são unicamente terroristas, mafiosos, skinheads, traficantes
de droga e esquadrões da morte, mas também simples cidadãos que, de repente, se
transformam em delinquentes hooligan, pirômanos e serial killer. Segundo
Enzensberger, para além de todas as diferenças, existe um denominador comum: o
culto da destruição pela destruição, devido á absoluta falta de princípios. A
nova guerra civil dentro das grandes metrópoles não encontra, com efeito,
qualquer justificação ideológica ou moral: é fruto do niilismo contemporâneo.
Na perspectiva dos “teóricos do caos”, o fundamento e o vínculo mais profundo
da sociedade não consistem no princípio aristotélico da amizade, mas no
princípio hobbesiano e schimittiano da inimizade e do conflito... O niilismo
pós-moderno é o fundamento desta conflitualidade permanente e a vazia de significado.
Roberto DE MATTEI. A soberania necessária: reflexões sobre e a
crise do Estado moderno, Porto: livraria Civilização, 2002, pp.165-167.
Fonte: Muralhas da Cidade
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