sexta-feira, 31 de maio de 2013

A serpente e a Ave Maria - a salvação por meio do Santo Rosário, da confissão e da comunhão (Parte I)












Em sua crônica particular, escreve Dom Provera, em dia correspondente à última semana de agosto:

"(São) João Bosco [D. Bosco] teve nova prova a respeito dos contínuos assaltos promovidos pelo demônio contra as almas. Também dos prejuízos que ocasiona e da necessidade de empregar-se em contínuas batalhas para rechaçá-lo e arrancar-lhe as vítimas.
Militia est vita hominum super terram. (Nesta Terra, a vida do homem é uma batalha contínua.)

Uma centena de alunos tinha retornado de casa para preparar-se, depois dos exames [de segunda época], ao novo curso escolar.

Em 20 de agosto de 1862, depois de rezadas as orações da noite e de dar alguns avisos relacionados com a ordem da casa, o bom pai disse:

Quero contar-lhes um sonho que tive faz algumas noites.

Talvez, trate-se da noite precedente à festividade da Assunção — observa Dom Lemoyne.


Sonhei que estava em companhia de todos os jovens em Castelnuovo do Asti, na casa de meu irmão. Enquanto todos faziam recreio, vem para mim um desconhecido e convida-me a acompanha-lo. Eu o segui e conduziu-me a um prado próximo ao pátio e ali me indicou, entre a relva, uma enorme serpente de sete ou oito metros de longitude e de uma grossura extraordinária. Horrorizado ao contemplá-la, quis fugir.

— Não, não, — disse-me meu acompanhante —; não fujas; vem comigo.

— Ah! — exclamei —, não sou tão néscio para me expor a tamanho perigo.

— Então — continuou meu acompanhante —, aguarda aqui.


E seguidamente foi em busca de uma corda e, com ela na mão, voltou novamente junto a mim, e disse-me:


— Tome esta corda por uma ponta e sujeite-a bem; eu agarrarei o outro extremo e me colocarei na parte oposta, e assim a manteremos suspensa sobre a serpente.

— E depois?

— Depois a deixaremos cair sobre a espinha dorsal.

— Ah! Não; por caridade. Pois ai de nós se o fizermos! A serpente saltará enfurecida e nos despedaçará.

— Não, não; deixe-me a mim — acrescentou o desconhecido —, eu sei o que faço.

— De maneira nenhuma; não quero fazer uma experiência que me pode custar-me a vida.


E já me dispunha-me a fugir, quando o tal insistiu de novo, assegurando-me que não havia nada que temer; e tanto me, disse que fiquei no mesmo lugar, disposto a fazer o que me dizia.

Ele, entretanto, passou do outro lado do monstro, levantou a corda e com ela deu uma chicotada sobre o lombo do animal. A serpente deu um salto voltando a cabeça para trás para morder ao objeto que a tinha ferido, mas em lugar de cravar os dentes na corda, ficou enlaçada nela mediante um nó corrediço. Então o desconhecido gritou-me:


— Sujeite bem a corda, sujeite-a bem, que não se lhe escape.


E correu a um pé de pera que havia ali perto e atou a seu tronco o extremo que tinha na mão; correu depois para mim, agarrou a outra ponta e foi amarrá-la à grade de uma janela.

Enquanto isso, a serpente agitava-se, movia-se em espirais e dava tais golpes com a cabeça e com sua cauda no chão, que suas carnes rompiam-se saltando em pedaços a grande distancia. Assim continuou enquanto teve vida; e, uma vez que morreu, só ficou dela o esqueleto descascado e sem carne.

Então, aquele mesmo homem desatou a corda da árvore e da janela, recolheu-a, formou com ela um novelo e disse-me:


— Presta atenção!

Colocou a corda em uma caixinha, fechou-a e depois de uns momentos a abriu. Os jovens tinham ido a meu redor. Olhamos o interior da caixa e ficamos maravilhados. A corda estava disposta de tal maneira, que formava as palavras: Ave Maria!


— Mas como é possível? — disse —. Você colocou a corda na caixinha à boa de Deus e agora aparece dessa maneira.

— Olhe — disse ele —: a serpente representa o demônio e a corda a Ave Maria, ou melhor, o Santo Rosário, que é uma série de Ave-Marias, com as quais podemos derrubar e vencer, destruir a todos os demônios do inferno.

Até aqui — concluiu (São) João Dom Bosco — vai a primeira parte do sonho. Há outra, uma segunda parte, mais interessante para todos. Mas já é tarde e por isso a contaremos amanhã de noite. Enquanto isso, tenhamos presente o que disse aquele desconhecido, a respeito da Ave Maria e do Santo Rosário. Rezemos devotamente ante qualquer assalto da tentação, seguros de que sairemos sempre vitoriosos”.




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